Elon Musk alerta: IA já esgotou os dados reais para treinamento e o futuro pode ser limitado por dados sintéticos

Elon Musk levantou mais uma questão intrigante sobre o futuro da inteligência artificial (IA). Durante uma conversa transmitida ao vivo na plataforma X na noite de quarta-feira, 8 de janeiro de 2025, o empresário afirmou que “esgotamos basicamente a soma cumulativa do conhecimento humano… em treinamento de IA”. Ele destacou que esse esgotamento de dados reais teria ocorrido já no ano passado. Essa visão reflete as discussões de outros especialistas, como Ilya Sutskever, ex-cientista-chefe da OpenAI, que no NeurIPS 2024 mencionou que a indústria de IA alcançou o que chamou de “pico de dados”.

Aliás, Musk sugeriu que o caminho para driblar essa limitação será o uso de dados sintéticos, ou seja, dados gerados pelas próprias IAs. “A única forma de complementar [os dados reais] é com dados sintéticos, onde a IA cria os próprios [dados de treinamento]”, afirmou. Grandes empresas como Microsoft, Meta, OpenAI e Anthropic já estão investindo nesse formato, combinando dados sintéticos com informações reais. Segundo uma estimativa da Gartner, cerca de 60% dos dados usados em projetos de IA e análises em 2024 foram gerados de forma sintética.

Mesmo assim, essa abordagem não é isenta de desafios. Dados sintéticos oferecem vantagens como redução de custos — o modelo Palmyra X 004, por exemplo, foi desenvolvido quase que totalmente com fontes sintéticas e custou apenas US$ 700 mil, enquanto modelos de tamanho similar da OpenAI podem custar até US$ 4,6 milhões. No entanto, há preocupações sérias. Pesquisas apontam que o uso excessivo de dados criados por IA pode levar ao chamado colapso de modelos, no qual sistemas perdem criatividade e ficam ainda mais suscetíveis a viés. Isso ocorre porque os modelos reproduzem as limitações e preconceitos existentes nos dados que eles mesmos geram, prejudicando seu desempenho ao longo do tempo. Para especialistas e desenvolvedores, o debate em torno de dados sintéticos simboliza uma nova fase para a evolução da IA, que agora precisa superar barreiras não apenas tecnológicas, mas também éticas e criativas.

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Gustavo Roma

Redator apaixonado pelo mundo da tecnologia e jogos online, principalmente MMORPGs.