A Ubisoft se declarou “profundamente chocada” com as recentes acusações de abuso físico e emocional contra executivos do Brandoville Studios, um estúdio de suporte indonésio que colaborou em projetos de grandes títulos AAA, incluindo Assassin’s Creed: Shadows. O estúdio, especializado em aspectos visuais e criativos de jogos, está atualmente fechado. Em um comunicado ao Eurogamer, um porta-voz da Ubisoft afirmou: “Condenamos veementemente todas as formas de abuso e nossos pensamentos estão com os funcionários envolvidos”.
As acusações vieram à tona por meio de um vídeo publicado no dia 7 de janeiro pelo canal People Make Games, conhecido por suas investigações sobre o mundo do desenvolvimento de videogames. No relatório, vários ex-funcionários da Brandoville compartilharam relatos de manipulação e abusos graves durante o período em que trabalharam no estúdio. Um dos casos mais perturbadores envolve um funcionário que teria sido forçado a se esbofetear 100 vezes como punição por um suposto erro, além de ter sido filmado sendo interrogado enquanto, visivelmente atordoado, foi forçado a bater a cabeça contra o batente de uma porta.
Outro ex-funcionário relatou que suas contas bancárias foram monitoradas, e um membro sênior da equipe exigiu pagamentos em dinheiro. Esses abusos não apenas destacam uma grave violação de direitos trabalhistas, mas também colocaram o Brandoville Studios sob investigação policial desde o seu fechamento em 2024, de acordo com o Jakarta Globe. A longa lista de jogos nos quais o estúdio colaborou inclui títulos renomados como Dark Souls III, The Last of Us, NBA 2K17, Marvel’s Spider-Man: Miles Morales e muitos outros, reforçando o impacto dessa situação na indústria.
Para além das graves acusações, o caso reflete um problema maior de condições de trabalho no setor de desenvolvimento de jogos. Entre os clientes do Brandoville, listados em uma versão arquivada de seu site, estão gigantes como Xbox, Sony, Naughty Dog, Disney, e WB, evidenciando a amplitude de suas colaborações no mercado global.
