McDonald’s muda nome de sorvete para driblar impostos no Brasil

Sem alarde, o McDonald’s deixou de vender sorvete no Brasil — pelo menos no nome. A rede alterou a nomenclatura do produto em todo o país, e agora os consumidores encontram nos cardápios descrições como “sobremesa” ou “bebida láctea”, no caso dos tradicionais milkshakes. A medida faz parte de uma estratégia para reduzir a carga tributária e aumentar a rentabilidade dos produtos, mas passou quase despercebida pela maioria dos clientes.

Olha só: apesar da mudança no nome, o produto em si segue praticamente o mesmo. O sabor e a apresentação não sofreram alterações, o que ajuda a explicar por que boa parte do público não percebeu a troca. No entanto, ao rebatizar o item e evitar o uso do termo “sorvete”, a empresa escapa de tributações específicas aplicadas a esse tipo de alimento. Entre elas estão o ICMS, que varia conforme o estado; o PIS, de âmbito federal; e o IPI, cobrado sobre produtos industrializados. Esses tributos podem impactar diretamente os preços finais ao consumidor e os lucros da rede.

Essa não é a primeira vez que empresas adotam estratégias do tipo. Algumas marcas já trocaram, por exemplo, a palavra “bombom” por “wafer”, justamente para aliviar a incidência de impostos. No caso do McDonald’s, a alteração faz parte de um esforço mais amplo para garantir competitividade num mercado desafiador como o brasileiro. Os quiosques continuam funcionando normalmente nos shoppings e seguem oferecendo as mesmas opções geladas, mesmo que agora elas tenham outros nomes no cardápio. A diferença está longe de ser só semântica: representa uma economia significativa para a rede de fast-food.

Gustavo Roma

Redator apaixonado pelo mundo da tecnologia e jogos online, principalmente MMORPGs.